O medicamento Mounjaro, da farmacêutica Eli Lilly, recentemente aprovado no Brasil para tratar diabetes tipo 2, já está disponível nas farmácias, com preços que podem alcançar R$ 2.400. Conhecido por seu potencial de promover perda de peso significativa, superior ao Ozempic, o fármaco tem gerado grande expectativa, mas especialistas alertam para os perigos do uso indiscriminado e sem acompanhamento médico, especialmente para fins estéticos, prática ainda não autorizada pela Anvisa.
A tirzepatida, princípio ativo do Mounjaro, atua em dois hormônios intestinais (GLP-1 e GIP), o que intensifica a sensação de saciedade e melhora o controle glicêmico. Estudos indicam a possibilidade de redução de até 25% do peso corporal em 20 meses. Contudo, segundo endocrinologistas, o Mounjaro é uma medicação potente e não um cosmético, ressaltando que seu uso off-label para emagrecimento sem diagnóstico de obesidade ou diabetes é inadequado e arriscado.
Entre os efeitos colaterais comuns estariam problemas gastrointestinais como náuseas e diarreia. Riscos mais sérios incluem perda de massa muscular, hipoglicemia e interferência na absorção de outros medicamentos, como anticoncepcionais. A automedicação pode levar ao efeito sanfona e piorar a composição corporal. O medicamento é contraindicado para gestantes e pessoas com histórico familiar de certos tipos de câncer de tireoide ou neoplasias endócrinas múltiplas.
Para coibir o uso sem prescrição, a Anvisa exige a retenção da receita médica na compra. Especialistas enfatizam a necessidade de conscientização sobre os riscos e a importância do acompanhamento multidisciplinar, desestimulando a busca por soluções estéticas imediatas em detrimento da saúde. A chegada do Mounjaro reforça o debate sobre o uso ético e consciente de medicamentos para perda de peso, priorizando mudanças sustentáveis no estilo de vida e acompanhamento profissional individualizado.